segunda-feira, 22 de junho de 2015

Freud e a proibição da crítica e da discussão.

Os grupos sociais baseiam-se na promoção de crenças que funcionam como verdades a fim de validar seus centros de poder, legitimando as normas que os autorizam a existir como grupos sociais. Os centros de poder dos grupos sociais buscam então eliminar dissensões e banir dissidentes. Sobre isso, Freud escreveu: "A sociedade recusa-se a permitir que essa questão seja ventilada porque tem má-fé sob vários aspectos...A sociedade mantém uma condição de hipocrisia cultural, que está fadada a se fazer acompanhar de um senso de insegurança e uma necessidade de resguardar uma situação inegavelmente precária pela proibição da crítica e da discussão". Poder-se-ia emendar, dizendo que a incitação ao uso de clichês, que gera uma excitação nas pessoas, possui um poder de modelação mais forte do que o da proibição simplesmente, pois o uso permanente do clichê ocupa a energia da intelecção humana, fazendo-a operar em conformidade cognitiva com os gadgets que orientam a economia do sujeito para a lógica do consumo autorreguladora e automobilizadora da experiência de operar com imagens íntimas no sistema de crédito e de circulação do medo e da vergonha, uma mecanismo simultaneamente de promoção de fantasias de grupo com função integradora que, por sua vez, geram o autoderrotismo da falência de um eu sobrecarregado pela ansiedade de status, entre outras coisas.

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