segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O ponto de partida de uma pesquisa antropológica nas favelas.

Morar na favela é também uma forma de resistência. Neste sentido, busquei tomar as formas de resistência dos moradores das favelas à beira-mar em Fortaleza como ponto de partida de uma análise das relações de poder (cf. Foucault). Uma das formas de resistência que mais me chamou a atenção no trabalho de campo nas favelas foi a da constituição da pessoa, das concepções que as pessoas da favela possuem sobre a própria pessoa e como tais concepções operam no plano das práticas reais de conduta, na constituição de sujeitos éticos na favela. Ou seja, rompendo com a visão geral e estigmatizando segundo a qual a favela é lugar de marginal, de bandido, de traficante, de criminoso, de indivíduos perigosos, fiz do encontro com pessoas nas favelas um processo de descoberta sobre o jogo de significados que elas realizam para dizerem o lugar do sujeito ético apesar da favela, enquanto significado negativo atribuído de fora ou auto-atribuído por seus moradores, e com a favela, enquanto significado positivo atribuído por quem pensa e sente a favela como "raiz", como lugar de resistência da "pessoa guerreira".

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